Trabalhadores do ensino superior de MT e MS aprovam propostas para o Seminário Nacional de Educação Superior da CONTEE

 

Como parte do processo de debate em todo o Brasil que a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee) está promovendo e que resultará em seu Seminário Nacional de educação superior, foi realizado, no dia 14 de maio, no auditório do Hotel Veneza em Cuiabá, o Encontro do Ensino Superior de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Trabalhadores representantes da categoria nesses dois estados se reuniram para debater o Plano Nacional de Educação, o ensino superior privado no contexto de mercantilização e o cenário regional dos trabalhadores do ensino superior.

Secretário da região Centro-Oeste da Contee, Edson de Paula, que proferiu palestra sobre o processo de mercantilização da educação, destacou a importância do Encontro. “Foi um evento positivo. A primeira questão que se levantou acerca da educação superior foi a educação a distância, os participantes apresentaram diversos aspectos sobre a educação a distancia que mostra muito bem como é necessário uma regulamentação desse timo de atividade profissional. Mostra que a exploração da mão de obra, tanto do professor como de outros trabalhadores envolvidos nessa modalidade de ensino, é uma exploração muito intensa. A gente, num primeiro olhar já percebe isso, mas dito por aqueles que estão vivenciando o processo, fica uma coisa mais completa e até mais dolorosa. Então, levantou-se se aqui a necessidade urgente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino, a nossa Contee, abraçar de forma mais sistematizada a luta pela regulamentação da educação à distância, dizendo para que serve, quais seus limites, como deve funcionar as relações de trabalho, as questões pedagógicas, enfim, penso que essa foi a grande contribuição desse Encontro”.

O Encontro apontou como preocupações centrais dos trabalhadores da educação superior de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul a democratização das estruturas de funcionamento das instituições de ensino superior, a necessidade de um Plano de Carreira, Cargos e Salários que preveja melhores condições de trabalho e a contratação por tempo de trabalho, dividida entre aulas, pesquisas e extensão, entre outros temas abordados. “Esse encontro é parte do processo de debates promovido pela Contee no sentido de ouvir os trabalhadores, para que no seu encontro nacional possa definir propostas para a educação como resultado das aspirações dos trabalhadores de todo o país. A forma de explorar a mão de obra na área da educação tem algumas nuances que só o trabalhador que está lá, no local de trabalho, pode retratar bem. Nós temos uma proposta de formular uma política nacional para o ensino superior e estamos ouvindo as regiões para fazê-la bem”, afirmou Edson de Paula.

O presidente da Federação Interestadual dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (Fitrae-MTMS), Eduardo Botelho, que também é dirigente da Contee, avaliou como positiva a realização do Encontro. “Todo evento que trate da situação do professor, é sempre importante. Pois se trata de uma categoria desprivilegiada nesse país, seja ele do ensino infantil, médio ou superior. Por isso estamos debatendo o Plano Nacional de Educação. A regulamentação do trabalho no ensino privado é uma de nossas bandeiras. A hora atividade é um dos itens, um direito na rede pública que precisa ser regulamentado para o setor privado, mas isso só ocorrerá com nossa luta e nossa pressão”, comentou.

Nara Teixeira, presidente do Sintrae-MT e diretora da Contee, fez uma exposição da situação atual do Plano Nacional de Educação. “A Conferência Nacional de Educação (Conae) deu os rumos para o novo Plano Nacional de Educação, foi uma proposta construída pela sociedade. O Ministério da Educação acordou que iria defender essa proposta, mas não é o que estávamos verificando. O MEC acabou apresentando uma proposta sem dialogar com as entidades da área da educação. Com relação ao ensino privado, essa proposta não prevê a regulamentação, que é nossa principal bandeira. Outro item da proposta do MEC trata da ampliação de vagas do ensino profissionalizante para o “sistema S”, o que para nós é preocupante, pelo desrespeito desse setor para com os profissionais da educação, principalmente com relação ao professor, que eles insistem não reconhecer o seu papel.

A proposta do MEC ainda sofre a pressão de setores empresarias do ensino privado que querem influenciar, contra nossos interesses, na construção desse Plano. Portanto, é precisamos ficar atentos. Discutir o PNE é uma prioridade para nossa categoria, precisamos construir um Plano que responda às nossas perspectivas, precisamos de mobilização para pressionar o Congresso Nacional, os parlamentares, para que isso se efetive”, afirmou Nara Teixeira.
O Encontro elegeu 9 representantes de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul que levarão as propostas dos dois estados para o Encontro Nacional da Contee.

VEJA FOTOS DO ENCONTRO:

Fonte: Ascom Sintrae-MT