CONTEE prestigia Marcha das Margaridas

 

Dirigentes da CONTEE participaram, nesta quarta, 17/08, da 4a Marcha das Margaridas, em Brasília-DF, e levaram o apoio da entidade à luta das trabalhadoras do campo. A manifestação reuniu milhares de mulheres na luta pelo desenvolvimento sustentável com justiça, autonomia, igualdade e liberdade, contra o modelo de produção rural vigente no país, que favorece o latifúndio, destrói o meio ambiente e expulsa as comunidades rurais. Do alto do carro de som, as oradoras faziam denúncias, apresentavam reivindicações e gritavam palavras de encorajamento. A Presidenta Dilma Rousseff participou do encerramento da Marcha e se auto intitulou “Margarida”, usando, durante todo seu discurso, um chapéu de palha com fitas roxas, símbolo das trabalhadoras rurais e da atividade.

A caminhada, que saiu às sete horas da manhã do Parque da Cidade, na área central da cidade, chegou pouco depois das 10 horas no Congresso Nacional, onde três carros de som comandaram a manifestação. Além dos discursos de lideranças dos movimentos sociais e parlamentares, as mulheres, acompanhadas por um bom número de homens, dançaram ao som do Canto das Margaridas: “Brasília está florida/ Estão chegando as margaridas”.

O sol e o ar seco – a umidade relativa do ar em Brasília nesse período do ano fica em torno de 20% – não desanimaram as manifestantes. A pedido da oradora, “para demonstrar a parceria nessa luta pela construção de um mundo com amor, solidariedade, igualdade e esperança no futuro”, as mulheres deram as mãos e dançaram o Canto das Margaridas ao som de tambores.

Marcha das Margaridas reivindica em Brasília “um Brasil justo”

Representantes de cada uma das regiões discursaram. Elas destacaram que a concentração de terra no Brasil é a maior do mundo. E defenderam a democratização da terra como medida fundamental para garantir direitos do povo do campo e da floresta e o “desenvolvimento sustentável com justiça, autonomia, igualdade e liberdade”, mote da manifestação.

As manifestantes também lembraram que o modelo de produção vigente no Brasil favorece as grandes propriedades, o latifúndio, e destrói o meio ambiente, com o uso de muito agrotóxico, que envenena a terra, a água e os alimentos. E denunciaram ainda que os grandes projetos agrícolas expulsam as populações rurais, quilombolas e indígenas e aumentam índice de violência e prostituição.

Dilma Rousseff entrega caderno de resposta às Margaridas

Apresidenta Dilma Rousseff entregou às manifestantes um caderno de respostas às reivindicações feitas. Dilma apresentou as respostas a Carmen Foro, secretária de Mulheres da Contag. A presidenta se auto intitulou Margarida e usou, durante todo seu discurso, um chapéu de palha com fitas roxas, símbolo das trabalhadoras rurais e do evento.
Dilma esbanjou simpatia e logo ganhou sorrisos, corações e mensagens das margaridas presentes. No início de seu discurso, a presidenta lembrou que recebeu o convite para 4ª Marcha das Margaridas assim que tomou posse e isso influenciou em sua ida ao evento.

Dilma também falou das reivindicações feitas. Ela afirmou que o Governo Federal ainda não acatou todas as exigências, mas se comprometeu em continuar conversando. “Muitas das demandas foram acatadas, outras demandas nós vamos continuar a conversa. A maior conquista dessa marcha das margaridas é a continuidade do diálogo com o governo. Eu me comprometo a dar continuidade a esse dialogo respeitoso e companheiro que nós temos, iniciado no governo Lula”, prometeu a presidenta.

O presidente da Contag, Alberto Broch, comemorou a realização da marcha e assegurou que este é um momento histórico na vida das mulheres do campo. Alberto se emocionou em alguns momentos e citou as mulheres como fundamentais na continuidade de vida no campo. “Desigualdade, violência e falta de poder aumentam o êxodo rural. Queremos um campo com gente, com rostos humanos, com homens e mulheres construindo o fortalecimento rural sustentável e, nesse papel, as mulheres são fundamentais”, assegurou.

Alberto ainda fez uma proposta à presidenta Dilma Rousseff para que haja uma política de fortalecimento da agricultura familiar e do acesso à terra. Isso, segundo Broch, seria indispensável em um novo modelo de desenvolvimento sustentável. “Tomo a liberdade de propor à presidenta, um grupo que venha discutir um novo modelo de reforma agrária e agricultura familiar, imprescindíveis para o crescimento da sustentabilidade na vida no campo”, finalizou Alberto.

Outra a discursar foi Carmen Foro. A secretária, mesmo sem voz, reclamou da violência contra as camponesas e valorizou a presença das mulheres. “São mulheres que passaram muito sacrifício para estarem aqui. Não é fácil para nós. Posso afirmar que estar aqui hoje já é um ato de vitória das mulheres trabalhadoras do campo e da floresta”, disse Carmen.

Além da presidenta Dilma e dos representantes da Contag, estavam na mesa o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, ministros e ministras, como Iriny Lopes, Gleisi Hoffmann e Gilberto Carvalho, e enviados de entidades parceiras da Contag.

Fonte: Vermelho e Contag, com informações da redação