Greve nacional paralisa quase 100% das atividades na República Dominicana



Convocada pelo Fórum Social Alternativo (FSA), a República Dominicana esteve em greve nacional durante toda esta segunda-feira (1). Os organizadores do movimento comemoram a paralisação de 95% a 100% das atividades laborais no país. A greve teve duração de 24 horas, encerrando-se nesta terça-feira (12). Caso as reivindicações não sejam atendidas, os dirigentes anunciam que os protestos devem continuar. Nos próximos dias, deve ser convocada uma greve de 42 horas.

De acordo com o Boletim de Imprensa do FSA, o dia de paralisação segue sem prisões, mesmo com algumas localidades militarizadas. Foram comunicados alguns incidentes no bairro Santo Domingo e em outras localidades, mas sem notícias de vítimas.

As mais de 500 organizações que encabeçam o movimento reivindicam a derrubada da reforma fiscal, a qual entrou recentemente em vigência; o fim dos apagões; um aumento geral de 35% nos salários; e o fim dos aumentos na tarifa de energia elétrica.

Além disso, pedem transformações na política de gasto do governo e transparência na execução da Lei de Hidrocarbonetos.

Para o Fórum Social Alternativo, a greve nacional expressa o rechaço do povo dominicano a má execução das políticas públicas e sociais no país. Problemas na área de saúde, educação e alimentação têm afetado a qualidade de vida da população. Como um dos pontos mais relevantes, eles reivindicam o fim dos aumentos nos preços dos impostos, pois os valores pagos aumentam o custo de vida dos dominicanos.

Com atividades pacíficas, diversas ações estão sendo organizadas. Uma delas foi o ato ecumênico no Parque da Independência, com a participação de sacerdotes e pastores. Em outros pontos do país, realizam-se marchas, panelaços, missas, além de manifestações religiosas e culturais. As atividades têm como propósito promover uma reflexão sobre os temas que convocam essa paralisação.

Governo e empresários repudiam o movimento, sob o argumento de que as mobilizações não contribuem para solucionar os problemas do país. Dentre as poucas organizações que não aderiram à greve, estão a Federação Dominicana de Câmaras de Comércio (Fedocamaras) e o Movimento político Frente do Adulto Maior.

Pelas organizações que aderiram ao movimento, a Central Nacional de Transportadores Unificados (CNTU) assegurou a interrupção de 1500 caminhões que transportam produtos agrícolas e vegetais aos mercados. O Colégio Médico Dominicano, por sua vez, mesmo apoiando a paralisação, segue atendendo as emergências, as unidades de cólera e os serviços de cuidados intensivos, os quais são serviços essenciais.

Fonte: Agência Adital